Bondade é raridade

Ser bom não é uma tarefa fácil! Pelo contrário, é bem difícil e algumas vezes revoltante. Não é o fato de tentar ser bom que causa a revolta, mas presenciar certas atitudes que incomodam. Eu sei, meu último resquício da Páscoa, no sentido do chocolate, foi embora ontem assim que cheguei em casa do curso de Inglês e ainda eu esqueci de ligar para uma amiga hoje para dizer que estou morrendo de saudades. Só me dei conta ainda agora quando abri minha agenda (sim, eu tenho uma agenda!) para anotar algumas coisas para fazer na segunda-feira... triste...

Quem gosta ou pensa nos outros, volta e meia (ou sempre) tira do bolso para fazer o bem. Às vezes fazer uma força tarefa para arrecadar coisas resulta em promessas que não se cumprem e esperanças a darem com a cara na parede. Daí vem a revolta! Sei lá, não entra na minha cabeça que uma pessoa normal se disponha a pagar quase R$ 250,00 no ingresso do Cirque du Soleil, enquanto há outras que não possuem nem um terço disso para fazer as compras do mês.

Acredito que pequenas atitudes possuem grande valor para tornar a Terra um lugar bem melhor. Não apenas pequenas atitudes como mudanças de comportamento, como cobrar por promessas de campanha de alguns políticos teriam grande efeito na melhoria de muitas cidades (logo do país também!). Por isso, fico feliz quando vejo algumas amigas (e amigos) ajudarem um pouco nessa melhoria (cada um do seu jeito).

No ano passado, por conta de um trabalho de faculdade acabei por conhecer uma moradora da Cidade de Deus. Senhora fantástica que embora não tenha lá grandes coisas a oferecer, fornece além de comida, bondade e boa vontade para ajudar pessoas. Literalmente ela consegue abraçar o mundo, apesar de ter quase a metade do meu tamanho. Ela diz que uma das coisas que ela mais gosta de fazer é cuidar do grupo de crianças, já que acredita que a construção de um bom caráter ocorre na infância.

Nem citei o nome dela. Falha minha! Dona Geralda (deve ser por causa do nome que ela consegue abraçar o mundo). Por causa dela, eu e minha amiga Helô continuamos a ajudar. Não queríamos ser as promessas que acontecem e somem. Então prosseguimos. A cada dia que passa, percebemos que ouvir promessas de ajuda só tem resultado em frustrações. Já desisti de tentar tocar outros, pedindo pela roupa que o filho não vai mais usar e acrescentar mais uma despesa no orçamento do próximo mês.

Bondade é raridade. E como indica uma música do Rappa. Às vezes as pessoas preferem dar a outros que nem conhecem a dar para o mendigo que veem passando fome na rua.

Era isso o que tinha a dizer.

Ah! Já ia esquecendo! Apareceu uma plaquinha na semana passada indicando que o Hospital escola São Francisco de Assis da UFRJ passará por obras de restauro. Espero que o abismo entre a placa não seja tão imenso e que eu ainda possa ver aquele prédio em boas condições.

Bem, e é isso!

Fui!

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