Sobre Educação...

Não! Dessa vez não escreverei sobre a falta de educação e urbanidade de motoristas e pessoas em geral. Falarei sobre o pouco que sei sobre e vivi sobre Educação...

Nessa semana o comentário de um coordenador de um curso de Mestrado me chamou atenção, e me fez lembrar sobre fatos vividos.

A começar pela crítica às cotas. Sempre fui contra, e do jeito que as cotas para entrada de grupos específicos às universidades públicas foram criadas, acredito que não resolve muito o problema de pessoas pobres, negros, deficientes, e índios à educação. Lembro-me do ano em que estudei para o vestibular e um professor levantou a bandeira que era a favor das cotas. O que provocou um estardalhaço na turma. Assim que as vozes se acalmaram, ele explicou o seu ponto de vista. Ele era a favor de que 80% das vagas nas Universidades fossem destinadas às cotas. "Você quer saber porquê?! É simples! A partir do momento que as melhores universidades tivessem isso as classes média e alta colocariam seus filhos em colégios públicos e passariam a cobrar uma educação melhor!"

E por mais que muitos não gostem da ideia. Acredito que ele estava mais do que certo! E em dois sentidos...

Primeiro, há décadas as pessoas tem visto o ensino básico do país ir para o buraco sem fazer nada. Parece mais fácil e aceitável simplesmente colocar os seus filhos em colégios particulares e cursinhos em vez de cobrar uma mudança. Já ouvi até que quanto mais pessoas sem conhecimentos maiores as chances de se crescer já que isso diminui a concorrência. Nunca pensei desse jeito. Aliás, esse tipo de pensamento me ofende e muito, até porque muitos acreditam que uma pessoa pobre só pode crescer se jogar bola, tratado como simples peças sem almas.

O outro ponto é sobre o fato de muitos pais, filhos e colégios acreditarem que os melhores são aqueles que passam no vestibular. Fazendo com que muitos tentem vender a fórmula do sucesso, criando cursinhos e métodos que ensinam uma pessoa a fazer prova e não a pensar. Deve ser por isso, que vi pessoas com dificuldades em Língua Portuguesa e operações simples de Matemática. E cansei de ouvir piadinhas que estudante de um colégio público do Rio responderia assim. Não é por nada, mas estudei no Mendes de Moraes e meus amigos tinham muito mais vontade de aprender (e se você explicasse algo, eles entendiam na boa e não erravam mais) e estavam mais dispostos a explicar o que sabiam também do que vi nesse meu tempo de estudante da UFRJ (e lá, eu era uma das poucas que tinha feito o Ensino Médio em um colégio público).

Fico triste ao ver que a educação se empobrece a cada dia, e o que tem contado é o que você sabe de línguas estrangeiras, se fez cursos ou morou fora, enquanto deveria ser visto o pensamento crítico de alguém. Fico triste ao pensar que parte da minha geração não gosta (e nem quer ouvir falar) de política. E prefere falar de inovações tecnológicas em vez de criar oportunidades e realizar uma mudança real nesse país.

E, era isso que eu tinha para falar!

Fui!

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