Lembrança de outras viradas de ano...

Bem, quando eu era criança, eu tinha um tio que morava em Botafogo e no dia 31 eu e meus irmãos ficávamos na casa dele e lá pelas 23 horas andávamos até à Praia de Copacabana e esperávamos ansiosos pela queima de fogos. Para mim, a grande graça era o final quando a cascata do antigo Meridien acendia. Não possuía os milhões de efeitos como os fogos de artifício, mas deixava aquele brilho nos olhos nas primeiras vezes.

Naquela época, diziam que a festa era organizada pelos hotéis da Avenida Atlântica. Os fogos ficavam na areia e para assistir à queima de fogos, eu tinha de torcer o pescoço para ver de tão alto que os fogos brilhavam no céu. Me lembro dos problemas ocorridos de 2000 para 2001, provocando a retirada dos fogos, levando para estourarem nas balsas... no mar...

Lembro dos primeiros fogos fracos, longe e mal distribuídos. Depois da fumaceira provocada depois da primeira queima de fogos licitada pela Prefeitura (realizada por argentinos e que puseram culpa na pressão do ar). Mas, eu zoava e me divertia com os amigos que encontrava. Sempre Copa era divertida, até mesmo depois de proibirem a cascata do Meridien (por questões de segurança).

Ontem, eu estava feliz. Saí contente de casa acreditando que levaria meu namorado à conhecer a uma festa que sempre gostei. Passaria em Copa, depois de 3 anos longe dela. Passaria com amigos que gosto.Só que não foi assim.

Logo na saída da estação Cardeal Arcoverde, tive a sensação de que havia mais gente do que nos outros anos. Tentei chegar ao ponto de encontro, cheguei perto do ponto de encontro e não consegui mais sair de lá. Foram 4 horas ao lado de uma viatura da guarda municipal, assistindo aos guardas conversando, fingindo que a confusão que acontecia não era nem com eles. Só vi um policial tentando ajudar os que precisavam (obrigada, Wesley por ter ficado ali) e pedindo reforços para socorrer os que passaram mal com a confusão, enquanto os guardas nem pensavam em parar com o papo. Só depois de muito tempo, e de muito pedir, que os guardinhas se mexeram. Incrivelmente depois da chegada do reforço policial,as vans paradas na rua foram retiradas o que facilitou um pouco o fluxo de pessoas.

Não vi os meus amigos, não vi a minha família, não vi o show do Rappa (só ouvi de longe), não vi a areia da praia. Vi o quão as pessoas ficam mal educadas em dias de chuva, vi crianças assustadas, vi buracos no chão das ruas de Copacabana, vi a falta de educação com a cidade imperando (pela quantidade de lixo que me desviei no caminho de volta à estação do metrô. Vi também os jornais falando da beleza dos fogos e os 'dizeres' de que mais de 2 milhões de pessoas aproveitaram o reveillon. Acho que quem escreveu isso deveria estar em alguma festa de algum hotel, porque o que eu vi foi descaso e bagunça no que era a minha festa favorita.

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