Os blá-blá-blá's das redes sociais


Bem, parece que as redes sociais afloram comportamentos, ou melhor, discursos de que as pessoas afirmam serem delas mesmas. Embora declarem isso, o que eu mais vejo é o repeteco de imagens, ofensas e discursos "brilhantes".
Parecia que na época do quase falecido Orkut, estar nas comunidades  era um jeito de falar de si, mesmo se nunca tivesse participado de qualquer discussão proposta naquela comunidade. Hoje, a moda é publicar imagens de origem desconhecida, embora se isso ocorresse no Orkut, isso seria considerado coisa de favelado.
Os pontos que mais me incomodam nas tais redes sociais não são os álbuns de imagens fofas, engraçadas ou agressivas, mas sim o que estão por trás dessas imagens: a divulgação de informações sem fonte confiável e a falta de respeito. Parece que muitos se esquecem de um trecho da Constituição Federal:


"Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;"


Você pode me chamar de uma pessoa sem humor, mas eu não curto nem um pouco humor que incita o preconceito. Eu sei... eu sou chata! Mas, não consigo gostar das  trocas de ofensas mascaradas de piadas.
Amo os discursos de odeio o BBB, o Michel Teló (ou qualquer outro da moda), os políticos, etc. Só que tanto desdém me lembra de um ditado antigo de que quem desdenha quer comprar. Não sei se realmente quer comprar, mas com certeza faz com que tais temas continuem nos topos das discussões... e chamando atenção de quem talvez nunca fosse assistir a tal programa ou para ouvir tal artista, mas acabam por aguçar a curiosidade de tanto que falam.
Outra coisa que me chama atenção é a quantidade de vezes que eu li "Favela, volta pro Orkut!". Com toda sinceridade quem mais reclama e põe culpa nos que migraram do Orkut pro Facebook, são os que mais enchem o mural com imagens e contos de memes, além de serem os maiores assassinos da Língua Portuguesa. Ah! Um aviso! Não é porque você nasceu no Brasil e que a língua oficial é a portuguesa que significa que você saiba utilizá-la da maneira devida. Um pouco de atenção e cuidado com a mesma não faz mal a ninguém.


Semanas atrás um pensamento não me saiu da cabeça: "Orgulho de ser hétero, orgulho de ser gay, orgulho de ser cristão, orgulho de ser ateu, orgulho de ter celulite, orgulho de ser musculoso, orgulho disso, orgulho daquilo. Com tanto orgulho no mercado, as pessoas esqueceram o básico: respeito ao próximo." Percebi que tem muita gente que bate no peito para se defender, mas não consegue respeitar a decisão do próximo. Muitas vezes ainda são propagadores de informações deturpadas.
Seguir uma religião é decisão da pessoa. Não seguir nenhuma religião também é. Só acho engraçado alguém soltar uma piadinha contra, por exemplo, Testemunhas de Jeová, colocando-os como chatos. Tenho amigos que são dessa Igreja, outros já vieram conversar comigo e sempre foram educados. Sempre me perguntaram se eu aceitaria receber uma mensagem, caso a minha resposta fosse negativa, não insistiam. Surgiu uma geração que decidiu ser ateísta (nada contra), alguns desta resolveram ser absurdamente chatos, como se a decisão de não ter, seguir uma religião mudaria o mundo. 
Para mim, as atitudes falam pela pessoa. Eu escolho os meus amigos pelo caráter, e não são as religiões, ou ausência delas que mudariam isso nas pessoas. Já vi comentários sobre que é a Igreja Católica que impede a lei do aborto no Brasil. Pois bem, primeiro países como Portugal e Itália, de maioria católica, o aborto é permitido. E outra, conheço ateus que são contra o aborto. A questão toda é entender como cada um entende em que ponto começa a vida. O tema aborto precisa ser debatido (e muito!), entender as razões que levam uma mulher a decidir por isso, porque é uma decisão difícil e a maioria sabe que pode cair nas mãos de um "açougueiro", correndo risco de perder a vida. Precisamos discutir planejamento familiar e, na minha opinião, levar isso para as escolas. Não apenas com palestras que os jovens acham um porre, mas com profissionais (ginecologistas, andrologistas, psicólogos, etc.). Quem mais precisa de orientação, tem dificuldades de encontrar a mesma na rede pública (se você duvida, vá um posto de saúde) e não tem condições de pagar por um plano de saúde.


Voltando ao tema da postagem... O que a Internet permitiu é a criação de imagens. Você conhece uma pessoa há anos. Você sabe que ela não é nenhum um pouco ativista, mas nas redes sociais ela pode fingir que é. Ela pode se revoltar, ofender políticos, mas talvez nunca tenha se dado ao trabalho de entender como funciona o governo, que meios há para vigiar o trabalho deste. Ou aquele cara que reclama do crescimento desordenado nos incríveis textos, mas quando teve a oportunidade de denunciar uma ocupação em área de risco, não o fez... "Porque isso é função do governo, não minha, né?!".


Eu pensei em várias coisas  para este texto, mas acho que o que escrevi até agora resumiu um pouco do penso sobre.


E, é isso!


Fui!

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