A idosa de 27 anos

Eh... Não estou em uma boa fase! Nota-se pelo meu mau-humor e apatia permanente. Não! Estas não ações características dos idosos. Pode ter certeza de que se você encontrou um velho ranzinza, este foi um jovem ranzinza.

Então, o título veio pelo acontecimento das últimas semanas. Sim! Tenho me desanimado com o resultado de algumas decisões que tomei, e muitas dúvidas perambulam a minha mente. Quantas... tantas...

Pois bem, até umas três semanas atrás estive em um ciclo vicioso que me trazia uma apatia irritante, que me fazia arrumar desculpas para não sair de casa para ir à qualquer lugar. Qualquer lugar mesmo!Quando Lany estava no Rio, percebi o quanto isso poderia ser prejudicial à minha saúde. Resolvi jogar água na cara, coloquei o tênis e fui caminhar.

A volta me fez sentir quão minhas pernas estavam fracas. Isso me lembrou da falta de impulsão dos últimos treinos que realmente me participei. Apesar de sentir a fraqueza nos joelhos, a ausência de dor nestes fez com que eu me mancasse para dar uma olhada neles quando (dois dias depois) um amigo conversou sobre o seu medo de uma nova lesão nos joelhos. Pensei logo em conversar com o Renato  sobre exercícios que ajudassem na prevenção de lesões na região.

A surpresa veio quando o meu namorado disse que avaliaria os meus joelhos para saber a situação dos mesmos. Dois dias se passaram e veio a avaliação. Sabe a sensação de fraqueza que senti após as caminhadas? Ela não era um bom sinal, e o diagnóstico era de hipomobilidade patelar. A patela deve ficar "solta" para exercer bem o seu trabalho. E o que tinha poderia significar um princípio de artrose. Ele fez outros testes, e os tendões pareciam bem, sem nada. E isso nos trouxe um alívio, já que o caso poderia ser revertido (em outras palavras: não deveria ser artrose).


O mais absurdo do caso era entender que tudo aconteceu por falta de uso. O pouco tempo que parei (não dava nem dois meses) resultou em uma bagunça na minha musculatura. Músculos super ativados ao lado de outros completamente fracos. Eh... nem direito a dois meses de sedentarismo eu tenho.

Engoli a raiva  por ter uma musculatura tão FDP (que ao mesmo tempo que me faz ter em pouco tempo um desenvolvimento muscular incrível, faz com que eu perca o mesmo em semanas), e corri, ou melhor caminhei para tentar me recuperar (e torcendo para que fosse uma instabilidade).

Cuidei, fiz tudo que o fisioterapeuta indicou, e voltei às caminhadas (em um trajeto curto e com 1/5 do meu ritmo habitual). Reencontrar o Renato e ver que a patela voltou à normalidade, me deu um alívio absurdo. Porém, um novo incômodo surgiu, e o diagnóstico era  de inflamação em dois tendões do joelho direito e  um do esquerdo.

Mais uma semana reorganizando a bagunça muscular, mais aplicações diárias de gelo nos locais inflamados (coisa que não é agradável de quando a temperatura está baixa no Rio). Ok! Ok! Ao trabalho! Senti que as pernas estavam mais fortes, até que encontrei o Renato e subi uma escada. O incômodo voltou  aos dois joelhos. Tudo levando a crer que tenho artrose. Sim! Aquela coisa que você só escuta que dá em idosos ou em pessoas que têm problemas de obesidade. Não me encaixo em nenhum dos casos, mas posso ter a maldita.

Você que me acha forte, se olhasse a cara que o Renato fez, choraria junto comigo. Dá para ver quando o resultado não é bom. Chorei e choro toda vez que penso no caso. Sei o que pode significar nas atividades que pratico. Se você é sedentário, talvez considera muito chato andar até a esquina da sua rua. Talvez considere muito natural utilizar um carro para ir da sua casa até a padaria. Eu sempre gostei de andar, correr, ver gente, asfalto, terra, pedra, árvores, areia e concreto. Para mim, o corpo deve ser usado na locomoção. E, com tanta gente que gostaria de ter a força que eu tenho para andar e não pode, considero um desperdício não utilizar esse bem que eu acreditava que possuía. E, fala sério, andar devagar é coisa de criança (aprendendo os primeiros passos), idosos e mariquinhas.

Andarilha! Alguns amigos me chamavam assim. Principalmente quando me encontravam batendo perna pelas ruas da Ilha.Eu ainda nem tenho certeza, mas já acho injusta toda essa angústia, já que sempre tentei cuidar da minha saúde. Já vi amigos voltarem à prática das atividades que tanto gostam após romperem algum ligamento (depois de um tratamento pós-operatório). Não conheço ninguém da minha idade que tenha artrose, e as pessoas que eu conheço só ficam em atividades leves quase parando. E ficar parada não é exatamente o meu perfil. =/

Pedir para eu não ficar chateada é impossível. Eu me sinto velha! Sou uma idosa de 27 anos. E bem dramática! As últimas semanas não foram boas para mim (em diversos aspectos), então ver possibilidades de não ter como utilizar o meu corpo do jeito que sempre fiz (por conta de um período ruim na minha vida) me deixa bem para baixo. Torçam por mim, estou precisando!

Postagens mais visitadas