Primeiros passos da minha criança

Engraçado pensar em algo que nos profana. Como me disseram, não precisa ser um objeto, mas uma situação que a gente não soube se relacionar. Comigo foi exatamente isso que aconteceu. Aliás, não foi apenas uma situação, mas bater de cara com um sistema.

Eu não sei se você se lembra da professora que o alfabetizou. Eu lembro! Eu me lembro de toda expectativa, de como todos falavam bem da aula dela, da primeira aula que assisti e do meu encanto em aprender o alfabeto. Achava a profissão de professor o máximo, embora não me imaginasse como professora. Até porque quando eu era criança a minha mãe tentava me encantar com a ideia de ser médica, coisa que eu rejeitei aos 13 anos por não suportar o sofrimento alheio.

Quando eu estava com 16 anos, eu me apaixonei pela ideia de ser administradora, de fazer as coisas acontecerem. Aí, com esforço, passei para a UFRJ. Lá me deparei com problemas e com professores bons, o que me fez pensar em fazer as coisas acontecerem, só que formando outros profissionais da área, tornando-me uma professora/pesquisadora. Fui montando a minha carreira para ser professora: fui monitora, apresentei trabalhos em jornada de iniciação científica, consegui um estágio que me permitia estudar. Aí, eu passei para  o mestrado.

E os problemas e decepções vieram mais do que os sorrisos. Começando pelos eventos que eu não tinha como ir pela falta de grana, a bolsa que foi para outro, o emprego que deixei escapar, os ídolos que eu não quis seguir. Eu queria ser uma pessoa que transforma a vida do outro. Alguém que ajuda a formar o outro. Mas, percebi que independente do local/organização, dificilmente as pessoas se preocupam com quem deveria ser atendido por ela. É mais fácil gerar um sistema que ajude os que fazem parte dele do que pensar no aluno, na transmissão do conhecimento.

Pensei seriamente em mudar de área. Porém, depois do tempo triste, resolvi voltar à primeira paixão. Sim! Começar do zero, olhando as caras de estranhamento pela minha pouca experiência no mercado. Não me importo com as caras, me importo em estar bem comigo mesma. E que venha o próximo desafio, pois preciso, e muito, disso!

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