Comentários sobre a reeleição do governo atual
Eu não vivo na cidade que o prefeito reeleito vendia na campanha. A cidade que eu vivo tem muitos problemas que eu não vi serem solucionados. Parece que as obras visíveis são mais importantes do que as estruturais. Triste! Começando pela divisão do tempo na Tv e no rádio que não é nada justa. Para mim, o tempo deveria ser igual e a grana de campanha deveria ser controlada.
Áreas da cidade como Santa Cruz e Santíssimo sofrem com um processo de favelização, com moradias de péssimo estado em ruas de terra ou de péssimo asfalto e com iluminação ruim e distantes de colégios e postos de saúde. Se duvida, pegue o 398 de dia e veja com os seus olhos como está a Estrada da Posse. Mas, falar em nave do conhecimento ou em clínicas da família é mais interessante do que a cidade real.
Eu não tenho plano de saúde. Se eu precisar de atendimento, terei de ir a um hospital público, encarar o sistema. Meses atrás eu precisei de um ortopedista e o que me recebeu no Paulino Werneck disse que não me atenderia, porque ele só estava atendendo fraturas, mal olhou para a minha cara e sem verificar o que eu tinha me receitou um anti-inflamatório. Reclamei na secretaria de saúde e até hoje não recebi nenhuma informação se houve alguma mudança.
Coincidentemente quase todas as ruas próximas à Avenida Brasil receberam um novo asfalto. E sabe a conversa de que haveria um metrô da Barra ao Aeroporto do Galeão? Pois é... foi substituído por ônibus. Se eu começar a descrever todos os problemas que eu vejo na Ilha, vou escrever muito. Então, se quiser saber, olhe uma outra postagem em que trato disso (http://tatimabersi.blogspot.com.br/2012/05/sou-insulana.html).
Não adianta construir hospital sem valorizar a equipe que nele trabalhará. Por que pagam tão bem um contratado e dão uma miséria aos que passaram em um concurso? Não adianta falar que acabou com a aprovação automática, se cobram dos professores do município para que não reprovem muito!
Agora sério, o que me assusta é ver que quase UM MILHÃO de pessoas não foram votar. Eu me pergunto por quê. Por quê? A impressão que eu tenho é de que, tirando os que não foram por estarem doentes, as pessoas que faltaram não amam essa cidade. Será que não percebem que entregaram a gestão da cidade de bandeja sem nenhuma discussão? Será que vivem nessa cidade? Será que estão satisfeitos com as condições atuais dela? Será que não se chocam com os preços altos dos imóveis? Será que não se importam com os hospitais cheios? Com o transporte e o trânsito infernais? E as calçadas e praças destruídas para dar lugar a construções estranhas?
E se falarmos da votação para vereadores? César Maia foi o terceiro mais votado e pessoas como Verônica Costa e Jimmy Pereira conseguiram suas vagas na câmara. Eu não sei se vocês acompanharam a câmara de vereadores nos últimos tempos... bem, o que posso dizer é que, salvando alguns poucos nomes, a do Rio deve ser uma das mais inúteis do país. A maioria dos projetos estão ligados à mudança de nomes de rua e homenagens, enquanto projetos do executivo são aprovados quase que instantaneamente, como projetos especiais de aumento de prédios em áreas que tem altura controlada.
Pessoas como Sônia Rabello não conseguiram se reeleger, mas 4 candidatos do PSOL conseguiram entrar. Pelo menos sei que haverá gente para contestar as coisas e levantar projetos que a cidade precisa. Embora o segundo turno não tenha acontecido, eu vi gente próxima a mim que nunca discutiu política, começando a fazê-lo. E isso para mim não tem preço. Agora que o resultado foi dado, não há como mudá-lo. Mas, vem a etapa mais importante: cobrar. Se há políticos ruins é porque não estamos de olho neles. Podemos e devemos participar da mudança da cidade. Então, vamos cobrar!
Resta limpar as ruas e cobrar os políticos
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