Amigos, amigos? Amores, amores?
O trecho acima eu fotografei de um livro que eu acabei de ler (Qual seu número?). Bem, a leitura do mesmo me fez pensar em diversas coisas, tanto com relação às minhas poucas, quase escassas relações amorosas quanto com as minhas amizades. Esse trecho em particular, me fez ficar um bom tempo pensando em como frequentemente as relações se tornam um encaixar na vida do outro, em vez de ser um território de crescimento mútuo. Talvez meus amigos que curtem ou são da área de Psicologia discordem disso. Mas, pelo menos um muitas relações que vivi ou fui testemunha, vi isso acontecer diversas vezes.
Pensei nisso: Por que raios nos sentimos tão presos quando estamos com alguém a ponto de simplesmente tentarmos nos tornar agradáveis aos olhos e aos ouvidos dela. Perdemos a naturalidade e a sinceridade, porque parece ser mais fácil deixar alguém feliz com uma maquiagem do que se permitir aprender juntos a conhecer um ao outro.
Semana passada conversei com um amigo, e acabou que a conversa caiu para um ponto que ele disse que nunca tinha conversado com outro amigo, e que não sabia como faria isso. Aliás, ele tinha muita opinião sobre muitas coisas que eu não o via fazer quando estava com algumas pessoas. Parei e pensei que temos a mania de pensar que ser amigo é falar aquilo que o outro QUER ouvir. Enquanto, na verdade, deveríamos falar aquilo que o outro PRECISA ouvir. E, nem sempre o que se precisa ouvir é algo que agrade aos ouvido à primeira escuta. Até porque isso nos tira do comodismo, e o cômodo é tão agradável... e previsível... Sabemos como ficaremos. Mas, quando algo nos sacode, sua cabeça exige uma mudança e ao mesmo tempo o medo toma conta.
Dizer o que o outro precisa ouvir, mesmo sem filtros acredito que seja uma das maneiras de fazer o outro se tornar uma pessoa melhor. Mas, não adianta nada se o outro não se permitir ouvir. Tirar da cabeça que o que o outro diz é por inveja, ou por que é babaca, ou coisas do gênero, já seria um ótimo caminho para permitir uma mudança. Nos últimos anos, eu já estava com a coisa na cabeça de deixar ao meu lado os amigos que mais tinham coragem de abrir o jogo sobre o que pensam de mim e das minhas atitudes. Venho me permitindo ouvir e perceber que eu tenho as minhas horas de cisne negro, de monstro. É fácil ver e ressaltar as qualidades, mas coragem de jogar na cara o meu lado podre para me ajudar a melhorar como pessoa, nem todos têm.
Eu penso que uma hora por mais que continuemos a fuga da realidade, o mundo desabará nos nossos ombros e não teremos como correr. Teremos de encarar a vida e o que somos. Que seja aprendendo com os que nos são bons com verdade. Nos últimos tempos, eu tenho de agradecer imensamente a algumas pessoas. Obrigada, SD, Le, Thais, LC, Camila e Junior. Obrigada por me confrontarem e me fazerem melhorar como pessoa.
Comentários
:) O melhor que podemos ser!
e não o melhor que podemos parecer.
^_^" beijos.
O segundo ponto é dizermos o que o outro precisa ouvir para que as mudanças ocorram. Agora serei totalmente contraditória, porque é exatamente o que eu estou fazendo aqui: nós nunca sabemos o que o outro precisa, isso é inerente somente a ele. É muita arrogância achar que falar as verdades (as NOSSAS verdades) vai influenciar o outro a ponto dele mudar. Podemos no máximo arranhar uma superfície e causar incômodo, e se esse incômodo for de fato grande o suficiente, aí sim a pessoa muda. As pessoas mudam sim, mas apenas o que incomoda a elas mesmas. Se o meu defeito te incomoda e não incomoda a mim, você terá que conviver com ele enquanto conviver comigo, mas se ao expor algo que eu faça/fiz, eu me incomodar com as minhas atitudes (vai que foi sem querer e não percebi?), aí sim, pode ser que eu controle e mude. Termino amizades assim, "amiguinho, essa atitude em vc me incomoda tremendamente", "mas não ligo pra isso, não vou fazer nada a respeito", "que pena amiguinho, mas cansei, seja feliz e tchau". Conto amigos nos dedos não é à toa.
Não fuja mais da realidade, isso não faz bem à ninguém. Seja tudo o que você é (que brega!), e se seus futuros namorados não gostarem, eles que se explodam. Se seus amigos não gostarem também, tchau pra eles. Não se encaixe na agenda de ninguém, nem deixe que ninguém se encaixe na sua - isso é bom pra parte que tem a agenda só no início, depois fica chato pra cacete, vai por mim.
Empower yourself, e vai pra luta, guria.
No seu segundo comentário... sim! Dizemos as NOSSAS verdades. Era isso que eu queria dizer. Dizer o que pensamos de verdade causa incômodo e esse incômodo pode provocar uma mudança. Eu acredito nisso! Eu só não acredito naquele discurso que algumas pessoas têm de eu sou super sincero e quando termina de ouvir o que o outro pensa, manipula aquilo como inveja, chegando em alguns casos a jogar outras pessoas contra quem disse o que pensava (qualquer lembrança de anos atrás não é mera coincidência!).
Sobre o seu último comentário... sim! Tô adotando essa política para a minha vida. Só que ainda engatinho para aprender como não me importar, principalmente depois de ter me iludido com algumas pessoas. A recuperação não é rápida como eu gostaria, e como eu queria ter o controle para passar uma borracha de vez em determinados assuntos. Mas, eu também sei que as cicatrizes são importantes para seguir adiante. =]