Vaidade


Começo jogando a culpa do texto para o Bruno que queria uma foto e uma justificativa. Sim! A culpa é sua! Deveria ver a minha cara tentando lembrar onde raios havia largado o único calçado de salto que eu possuo. A foto é para um projeto sobre "o que o Kazaky te inspira?"... então, como a resposta não era exatamente pequena, preferi postar aqui.

Já escrevi há alguns meses atrás sobre a vontade que sempre andou comigo pela vida e o quanto estava esquecida (e escondida), retomada ao conhecer o trabalho do grupo. Bem, não foi só a vontade de dançar que os meninos me inspiraram. Ajudaram muito na minha fase de aceitação do que sinto que sou. 

Desde pequena não me enquadro no que consideram como deveria ser uma garota. Segundo me dizem eu deveria ser mais vaidosa, usar salto alto, usar o corte da fulana, pintar os cabelos, fazer a dieta da moda, ir à manicure, ter o corpo mais feminino (vulgo, igual a capa da Boa Forma ou da Nova), e me comportar como uma dama. Quem me conhece sabe que eu sou desajeitada e sempre me atraiu a combinação calça jeans e tênis de corrida, e coisas brutas à delicadeza. Mas, por mais que eu dissesse aos quatro ventos que não ligava para o que outros pensavam, volta e meia batia uma sensação de culpa por não ser como definem como uma mulher deveria ser ou se comportar.

Dia desses, assistindo ao clipe Love com a minha afilhada, a mesma me veio com o comentário: "Vou comprar uma roupa pro meu pai! (eu: Ahn?) Eh! Vou comprar uma roupa igualzinha a deles para o meu pai!". O comentário me fez pensar que as definições que tanto me incomodaram, por não gostar e, consequentemente, não seguir, na verdade são construções sociais e temporais. A criança não tem isso enraizado nela. Logo, não vê o feminino e o masculino como eu, adulta, fui ensinada a ver. Quem disse que não sou feminina? Quem disse que não tenho vaidade?

Vaidade é uma das palavras que rondavam com um misto de culpa e confusão. Agora eu mais do que entendo que sou vaidosa do meu jeito. Sou vaidosa para mim, e não para o que querem. E ser feminina não tem nada a ver com a capa que tanto me mostravam para tentar me convencer a seguir. Não preciso provar nada para alguém além de mim! Se eu quero e sou capaz de tentar fazer algo bom, devo seguir adiante. Ser mulher não tem a ver com gastar dinheiro com produtos de beleza. Mas, em ser saudável e me descobrir, me aceitar como eu sou e trabalhar meus medos e mudar para algo melhor a cada dia.

Bem, e é isso que eu tinha a confessar!

Fui!

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