Kiev - parte 5 - A cidade que pulsa
Duas coisas que fiz antes de ir à Kiev foram: olhar o mapa da cidade e a temperatura. Sabe que me ferrei com as duas, não é? Ahahahaha... a cidade é muito maior do que eu esperava, e a temperatura de primavera deles é mais baixa do que a de inverno no Rio.
Do que eu andei/ me perdi por Kiev, percebi que é uma cidade com pouquíssimos problemas no trânsito. O engarrafamento deles é um trânsito andando lento, o que no Rio seria considerado com fluxo bom. Quase todo mundo usa metrô. Se você perguntar sobre as linhas de ônibus, não sei te dizer, mas existem vários ônibus (em vários estados), só que diferente do Rio, não há campainha para solicitar a parada. Se você quiser pedir para sair do ônibus, terá de falar com o motorista. Logo, só peguei esse tipo de condução duas vezes com o auxílio da Nika. Há também trolebus, mas seguindo a linha de que eu não fazia ideia de quais eram as linhas, preferi ficar apenas usando o metrô.
O primeiro pensamento ao entrar em uma estação do metrô de Kiev foi: Essa escada não acaba, não? São estações absurdamente profundas (reclamou da General Osório... bem feito!). Eu tinha expectativas sobre como eram as estações, pois dois amigos tinham me dito que eu ficaria louca. Fiz questão de não olhar nenhuma imagem antes de sair do Rio. Eu parecia criança, sacando o celular toda hora para registrar os detalhes das estações, tanto que me questionaram se não havia metrô no Rio. Claro que há! Só que menor e sem estações legais.
Eu entendi um pouco por que as estações em Kiev são assim. Um dos rapazes do parkour me explicou (vale a nota de que eu me lembro do nome do filho dele: Oleg, mas o dele eu não consigo me lembrar por nada) que as estações são fruto da época da URSS. Como não "havia" ricos e pobres e tudo pertencia a todos, as estações deveriam ser como palácios para o povo. Me animei falando das estações que fugi da ideia do texto. rs!!
Bem, as estações são fáceis de você conseguir entender quais estações ir, onde você pode trocar de linha. Você não precisa ter um mapa, fica bem na cara, ou melhor, na plataforma. O melhor no metrô era o aviso sobre as estações. O nome de cada estação era pronunciado duas vezes, um em ucraniano e outro em... até agora não sei, mas era muito bom ouvir porque era muito mais forte a pronúncia. No meu último dia em Kiev, provoquei risadas na Alexandra ao imitar o locutor.
Vou parar de falar do metrô. Vamos às ruas. Estas são bem limpas, a conservação das calçadas depende muito do bairro que se está. Engraçado que não via garis nas ruas. O que me faz acreditar que a limpeza das ruas é realizada durante a madrugada. Outra coisa que me chamou atenção foi o processo de plantio de árvores. Confesso que eu não esperava uma cidade tão arborizada quanto encontrei em Kiev. Vi como um grande exemplo para o Rio, pois a atual gestão carioca tem retirado diversas árvores. Triste! =/
Falando em espaços arborizados, vi muitos parques públicos. Só que eu esperava encontrar espaços com barras e paralelas, como quase todas as praças do Rio têm. Mas, não significa que os espaços não sejam utilizados, pelo contrário. Vi muitas pessoas durante o horário do almoço caminhando com suas roupas sociais e maletas de trabalho. Acredito que isso explica por que vi poucas pessoas obesas na cidade. As pessoas não tem aquela preocupação de ter o corpo definido para exibir (até porque não tem praia!) como vejo no Rio, mas há uma preocupação com maquiagem, o que é bem estranho para a carioca com aversão à pó compacto, rímel e sombra.
Andando pelas ruas, eu vi um forte comércio popular. Perto das estações de metrô, nas passagens subterrâneas eu via pequenas lojas, que seriam uma evolução dos boxes que há na Uruguaiana. Até porque chovendo do jeito que Kiev chove, se tivesse uma estrutura mais parecida com a Uruguaiana no Rio, seria prejuízo na certa.
Se no Rio, é quase certo você encontrar barraquinhas de cachorro quente à noite, você encontrará as de café e de cerveja em Kiev. A parte do café, eu agradeço, e muito, por ter tantos carros de venda de capuccino, me salvavam do frio e daquele café instantâneo ruim que estava à venda nos supermercados. Agora eu me assustei com a quantidade de pessoas que eu via bebendo cerveja por lá. E, olha que o Rio de Janeiro é uma cidade quente, e dividir cerveja no final do expediente é bem comum para quem trabalha no Centro. Mas, em Kiev, vi como um hábito normal, cada pessoa com a sua garrafa (sem falar das garrafas PETs de cerveja). Um fato curioso é que normalmente as garrafas de cerveja são mais baratas do que as de água mineral. No Rio, entendemos o Guaravita ser mais barato que a água, agora a cerveja chega a ser doideira.
Um ponto que foi chocante para mim foi ver que a população fuma muito. Via jovens, pais fumando perto dos seus filhos. Para mim isso é estranho, já que há anos não é permitida a propaganda e o patrocínio de eventos culturais e esportivos por marcas de cigarro. Os cigarros não ficam tão expostos e tão acessíveis às pessoas quanto em Kiev. Acredito que cada um é dono do próprio nariz e que as pesquisas sobre os efeitos nocivos estão aí para quem quiser ver, mas que eu acho uma pena ver tanta gente fumando, isso eu acho.
Tati (ou Tânia... rs!!), você falou um monte de coisas e não citou nada sobre os protestos. Aviso que não houve quebra-quebra enquanto estive na cidade. Vi as barricadas montadas, mas em nenhum momento senti tensão nas ruas. Aliás, vi famílias circulando tranquilas com seus filhos. Vi um processo de valorizar o que era ucraniano. Vi comerciais dizendo para as pessoas servirem às Forças Armadas. Ouvia que eu deveria aprender ucraniano e não russo. Vi cartazes pedindo para que não esquecessem a História. Então, o que eu peço aos meus amigos é que antes de engolirem o que a imprensa fala, busque saber um pouco da história dos dois países e o que aconteceu durante a URSS, e se um dia tiver a oportunidade de ir à Kiev, vá conhecer o Memorial em Homenagem às famílias que perderam seus parentes durante a década de 1930. Você entenderá o que aquele povo sofreu e que há mais razões do que a imprensa conta.
E, é isso!
Fui!
Falando em espaços arborizados, vi muitos parques públicos. Só que eu esperava encontrar espaços com barras e paralelas, como quase todas as praças do Rio têm. Mas, não significa que os espaços não sejam utilizados, pelo contrário. Vi muitas pessoas durante o horário do almoço caminhando com suas roupas sociais e maletas de trabalho. Acredito que isso explica por que vi poucas pessoas obesas na cidade. As pessoas não tem aquela preocupação de ter o corpo definido para exibir (até porque não tem praia!) como vejo no Rio, mas há uma preocupação com maquiagem, o que é bem estranho para a carioca com aversão à pó compacto, rímel e sombra.
Andando pelas ruas, eu vi um forte comércio popular. Perto das estações de metrô, nas passagens subterrâneas eu via pequenas lojas, que seriam uma evolução dos boxes que há na Uruguaiana. Até porque chovendo do jeito que Kiev chove, se tivesse uma estrutura mais parecida com a Uruguaiana no Rio, seria prejuízo na certa.
Se no Rio, é quase certo você encontrar barraquinhas de cachorro quente à noite, você encontrará as de café e de cerveja em Kiev. A parte do café, eu agradeço, e muito, por ter tantos carros de venda de capuccino, me salvavam do frio e daquele café instantâneo ruim que estava à venda nos supermercados. Agora eu me assustei com a quantidade de pessoas que eu via bebendo cerveja por lá. E, olha que o Rio de Janeiro é uma cidade quente, e dividir cerveja no final do expediente é bem comum para quem trabalha no Centro. Mas, em Kiev, vi como um hábito normal, cada pessoa com a sua garrafa (sem falar das garrafas PETs de cerveja). Um fato curioso é que normalmente as garrafas de cerveja são mais baratas do que as de água mineral. No Rio, entendemos o Guaravita ser mais barato que a água, agora a cerveja chega a ser doideira.
Um ponto que foi chocante para mim foi ver que a população fuma muito. Via jovens, pais fumando perto dos seus filhos. Para mim isso é estranho, já que há anos não é permitida a propaganda e o patrocínio de eventos culturais e esportivos por marcas de cigarro. Os cigarros não ficam tão expostos e tão acessíveis às pessoas quanto em Kiev. Acredito que cada um é dono do próprio nariz e que as pesquisas sobre os efeitos nocivos estão aí para quem quiser ver, mas que eu acho uma pena ver tanta gente fumando, isso eu acho.
Tati (ou Tânia... rs!!), você falou um monte de coisas e não citou nada sobre os protestos. Aviso que não houve quebra-quebra enquanto estive na cidade. Vi as barricadas montadas, mas em nenhum momento senti tensão nas ruas. Aliás, vi famílias circulando tranquilas com seus filhos. Vi um processo de valorizar o que era ucraniano. Vi comerciais dizendo para as pessoas servirem às Forças Armadas. Ouvia que eu deveria aprender ucraniano e não russo. Vi cartazes pedindo para que não esquecessem a História. Então, o que eu peço aos meus amigos é que antes de engolirem o que a imprensa fala, busque saber um pouco da história dos dois países e o que aconteceu durante a URSS, e se um dia tiver a oportunidade de ir à Kiev, vá conhecer o Memorial em Homenagem às famílias que perderam seus parentes durante a década de 1930. Você entenderá o que aquele povo sofreu e que há mais razões do que a imprensa conta.
E, é isso!
Fui!
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