Paris, Paris

Você está onde eu queria estar!
Que inveja que estou de você! Queria estar no seu lugar!

Levei um tempo para escrever esse texto, porque sei que alguns me chamarão de herege pelo que vou escrever, Paris era um daqueles destinos (empatado com Nova Iorque) que eu nunca me animei muito a conhecer. Mas, como assim, Tatiana?! 

Então, destino comum de muita gente que eu conheço, e o meu gosto é por lugares que eu possa descobrir e conversar com as pessoas, descobrir as comidas, tentar aprender as gírias, me perder pelas ruas.



Coloquei Paris como última parada da minha viagem, pensando mais em ver a galera (galera mesmo, nada daqueles manjados pontos turísticos) do parkour, Para ser exata, queria conhecer o Le Vietnaman Volant (do Parkour Literaly), o Anton (ambos de Miramais) e o L'1consolable (Paris). E, não consegui conhecer nenhum. O Naim estava ocupado na semana que estive em Paris, e no caso dos Vietnaman Volant e Anton, os preços astronômicos dos trens impediram que eu conseguisse vê-los. Eu acho que se alguém me viu no Gare de Lion deve ter ficado com pena da minha cara de tristeza depois da troca-troca de máquinas para tentar comprar as passagens e levar aquele susto com o preço. Vai... eu chorei. ='(

Voltarei à França para visitar e treinar com os meninos de Miramais. Voltarei sim! Porque quero e porque devo isso a eles.

Bem, um dos primeiros pontos sobre Paris que me incomodou foram os preços. Achei quase tudo muito caro. E, não vi diferença nenhuma dos preços dos "cosméticos" que a galera falava. Eram bem próximos dos preços no Rio. Acho que só a pêra e os pães eram baratos. Aliás, aplausos aos pães franceses. Deliciosos! A vontade era comer tudo. Tudo mesmo!


Com vontade e um bom tênis, você consegue conhecer a maioria dos pontos turísticos da cidade. E é fila aqui, ali, acolá, mais adiante. Paris é muito turística, e eu me senti em um retrato. Não me parecia uma cidade real. Você segue exatamente o que o guia da cidade indica para você fazer. E aquele papo de que os franceses amam os brasileiros, não foi o que aconteceu comigo. Quantas perguntas sem resposta, má vontade de atender, e nenhum sorriso no rosto. Me senti sozinha andando pelas ruas, coisa que não foi tão gritante nas outras cidades pelas quais passei.



Falta acessibilidade na cidade. Sou irmã de arquiteto-urbanista, e toda cidade que passo sempre observo os detalhes das ruas, metrô. O mapa do metrô de Paris é interessantíssimo, mas se você for um cadeirante, talvez não seja um meio de transporte a ser usado. Aliás, não é um problema só do metrô... me chocou perceber que os pontos turísticos não possuíam rampas de acesso. Para chegar ao Arco do Triunfo você precisa atravessar uma passagem subterrânea, e no caminho uma turista cadeirante se viu impossibilitada de visitar o ponto turístico. Eu e mais alguns outros turistas oferecemos ajuda à cadeirante, mas ela não aceitou, respondendo que não esperava passar por isso em Paris. Pensei no que ela disse... alguns governantes se esquecem de que as cidades devem ser acessíveis a todos. Não há moradores cadeirantes? A população é só de jovens atletas? Deve-se dar o direito de ir e vir, e não ser apenas discurso.

E falando em discurso, tirei do meu as expressões: Porque isso só acontece no Rio! Porque isso só acontece no Brasil! Se fosse na Europa... O que mais aprendi durante a viagem é que para entender e mudar a realidade precisamos conhecer os lugares de verdade. Não engolir a propaganda que nos jogam. Digerir a realidade, deixando de ser turista... viver as cidades pelas quais se passa, Me lembrei do comentário da Sany em Praga quando alguém disse: "mas isso é tão barato!". "Não é para a população que vive aqui todos os dias."


Voltando a solidão nas ruas... Paris é a cidade dos casais. Pensa na pessoa solteira testemunhando tanto açúcar pelas ruas e pontes. Por que tanto cadeado? Por quê? Por quê, universo? Ahahaha... então é aquela cidade que você vê as pessoas ficando nos cafés e restaurantes, e tirando as mesmas fotos. Me senti deslocada ao andar sozinha. Fiquei sem aquela coisa da descoberta, de achar um canto , uma gravura, um pintura, uma pichação que me trouxesse uma lembrança sensacional. Na semana passada, estava mexendo no celular e encontrei algumas cidades pelas quais passei. Imagens esquecidas... ao vê-las, me lembrei do porquê da foto, com quem tinha conversado. Abri um sorriso enorme porque eram coisas simples, e em Paris fiquei no óbvio porque não senti receptividade ao perguntar: de que lugar você gosta aqui? Senti falta de calor humano. Muito seriamente!


A cidade é linda sim! Mas, não é parte dos meus lugares no mundo. Tirando a galera do parkour e as padarias... por que, gente, que pães são aqueles?! Passaria lá por essas coisas. Treinar e comer. Comer e treinar.

 A vontade de viajar de novo é imensa. Seja para cidades perto do Rio, seja atravessando mares. Mas, na próxima me lembrem de comprar capa de chuva. Ahahahahaha...

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2 comentários:

Unknown disse...

Concordo. Mas meu lugar nessa cidade foi o Louvre... Ah, o Louvre e as legendas ocultas de interpretação livre em suas incontáveis obras :)

Tatiana Maria disse...

Pretendo voltar à França, mas será para conhecer o Sul e treinar com o pessoal de lá. =]

Enquanto um pedaço de mim é feito de carne e lógica, o outro possui emoções que às vezes necessitam de um meio, de uma porta-voz. E assim, e aqui as expresso...