E eu?!

Me lembrei de, pelo menos, ter escutado umas duas vezes de modo enfático que eu cuidava de todo mundo e que não deveria fazer isso. Na verdade, escutei isso mais vezes, mas essas duas vieram de pessoas que me sugavam muito. Muito mesmo!

Hoje eu estava pensando nisso porque ando me sentindo esgotada. Porque sinto que faço mais bem as pessoas do que elas a mim. Aliás, sinto que algumas puxaram tanto as minhas energias descarregando seus medos, frustrações e problemas, que me pergunto quando foi que comecei a permitir que fizessem isso.

Amigos são para dividir histórias, medos e frustrações, mas é sempre uma via de mão dupla... há reciprocidade. O que me questiono quando me tornei receptora, mãe, ombro de tudo. Me lembro de que a Mayara me perguntava se poderia ser mãe, amiga, dinda, etc dela. Parece que a gente cresce e não percebe que vai se tornando sanguessuga de algumas pessoas.

Na semana passada estava de cama. De todos os amigos que sabiam, apenas um me ligou e mandou mensagens para saber como eu estava (Vini, muito obrigada pelo carinho, sério!). Fiquei boa, e já me vieram as cobranças (de outros) para ajudar, para apoiar nisso, naquilo outro e mais não sei o quê. "Táti, porque eu preciso. Me ajuda!"

E eu esgotada me pergunto: e eu? Vocês notaram que eu existo?