Um ano da LUTA

Pensei sobre qual seria a palavra do ano. Primeiro pensei que seria sororidade, mas, na verdade, ela só representa uma parte de algo chamado LUTA.

Alguns chamam de luta das minorias. Mas, deve-se pensar que parte do que chamam ser minorias, não são minorias. Basta olhar ao seu redor em cidades como Rio, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte (Beagá), que você notará que as mulheres são maioria, e que a população é feita de mestiços e negros. O que acontece que a luta pede igualdade, porque há diferenças salariais, piadas de mau gosto e olhares desconfiados.

Já pensou em quantas vezes uma mulher ouviu como deveria se comportar? E se o cabelo for crespo... "Já pensou em alisar? Ficaria mais profissional!". Eu já ouvi isso. Como se o tipo de cabelo indicasse as qualidades de um profissional.

Em rodas de bares (e em durante no almoço no trabalho), piadinhas sobre mulheres que pegaram, sobre aquele profissional colocando como burro (sendo que ele era o cara em planilhas, impostos, como precificar) e a única diferença na realidade era a cor da pele. Quantas vezes reproduzidas? Quantas vezes divulgadas em grupos de What's App ou nos "messengers" corporativos?

Assumir os conceitos ruins que carregamos na vida sobre pessoas que não nos damos nem ao trabalho de conhecer, não é tarefa fácil. Principalmente quando se vem como tabus determinadas palavras: racismo, feminismo. Prefere-se não falar, ou dizer que não existem. Tem gente que acredita em uma falsa democracia racial e de gênero.

Sabe aqueles discursos de que todo brasileiro tem um pouco de índio, negro e branco... eu não sou racista e tenho até um amigo negro? Há outros ruins no mesmo tom: "do que elas reclamam? Provocam, por isso são violentadas. Já são maioria em diversos cursos, já pegaram nossas vagas em muitas empresas, de onde tiram que não existe igualdade?". Ou ainda: "tenho amigos gays, me relaciono bem com eles, mas não admito que deem em cima de mim" (Lembrando que gays, normalmente, são mais educados e provavelmente não se interessariam por bocós. Ok?). São o oposto daquela ideia de igualdade, não é?

Para uma galera que diz que é mimimi, que tal parar ouvir o que as pessoas têm a dizer? Parem de diminuir a luta dos outros e reproduzir discursos bocós.

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