Sobre livros


Giorgia, me marcou num desafio.... não sou lá animada com desafio das redes sociais. Mas, este me trouxe boas lembranças. Daí, trouxe para cá. Quando tiver um tempo, farei sobre filmes também.

Quando tinha 11 ou 12 anos teimei que queria colecionar algo. Eu não tinha grana para fazer uma coleção de coisas caras, e coleção de moedas de cruzeiro, cruzado, bolinhas de gude meus irmãos já tinham. Lembro que um jornal tinha lançado uma promoção de livros a 2 reais toda terça. Eu conseguia arrumar 2 reais para comprar. Dessa coleção, o primeiro que eu li foi o Poemas escolhidos de Fernando Pessoa. Achava graça saber de cor “Ai que prazer/ Não cumprir um dever/ Ter um livro para ler/ E não fazer/ Ler é maçada/ Estudar é nada /O sol doira sem literatura”. Esse foi o que eu lia mesmo. Os outros da coleção eu só consegui sair dos primeiros capítulos lá pelos 15, 16 anos. O que faz sentido, já que entender uma linguagem mais rebuscada, mais adulta, precisava de mais maturidade.

O Cortiço do Aluísio de Azevedo me encantou mais ao saber qual era a rua da região próxima à Central que inspirou à obra. Eu sei que vocês gostam de falar da Capitu, mas meu livro favorito do Machado de Assis era o Memórias Póstumas de Brás Cubas. E aquele Alienista embora fino levei um tempão para ler de tão chato que achei. Bizarro que passei a adolescência achando que o Machado era branco. Cresci e descobri que ele era mulato.

Mas, não fiquei só na literatura clássica brasileira. Meus professores indicaram livros juvenis. E destes, o meu favorito era o Marca de Uma lágrima do Pedro Bandeira. Cheguei a participar de um concurso de redação pelo amor que eu tinha a esse livro. Ao crescer, fui ganhando livros e recomendações de leitura. Nisso vieram os livros do Paulo Coelho. Me imaginei viajando pelo Caminho de Santiago de Compostela, e entendendo que anjos não são seres sobrenaturais, mas aqueles amigos e pessoas aleatórias que te dão a mão, ou “A” bronca nos momentos necessários.

Uma peça fez com que eu quisesse devorar os livros de Jorge Amado. Nada mais intrigante do que notar a crítica social no meio dos dizeres baianos? Chorei com Capitães da Areia... corrigindo, choro quando leio. Ele fala de personagens tão reais que você tem dúvidas se não eram de verdade. Não li 50 tons de cinza, mas li O Primo Basílio do Eça tão ousado para época. Li também o Retrato de Doryan Gray de Oscar Wilde que dá de 50 milhões a zero no filme. Como seria a sua alma se você pudesse conservar uma cara de anjo?

O primeiro desafio para ler em inglês foi o Diabo veste Prada. O sofrimento de conseguir sair do primeiro capítulo compensou e muito com todo enredo da trama. Este faz parte da coleção de um amigo. Afinal, só é seu aquilo que você divide.

Apesar do 1,73m de altura, não deixei meu lado criança de lado. Li a coleção Como treinar seu dragão (Cressida, o livro e o filme não tem nada a ver, mas gosto dos dois). O favorito dos favoritos é o Pequeno Príncipe. Volta e meia quando a alma pede, releio para acalmar os ânimos e ter esperança nas pessoas.

Quem me conhece sabe que gosto de entender a História. Sou apaixonada por Samba, Carnaval e construções antigas. Andando pelo Centro fico com a cara para cima procurando o ano da construção dos prédios que resistiram à maquiagem de alguns grupos. Ler 1808, 1822 e 1889 do Laurentino aumentou mais e mais a minha curiosidade sobre a História do Rio. Enquanto alguns falam mal da cidade, eu procuro conhecê-la mais, e nisso a respeito mais. Aliás, aceito livros sobre os povos que nos formaram (principalmente sobre os nativos que aqui viviam e os que foram arrastados para cá).


No meio das minhas leituras há materiais de Marx, Maquiavel, Aristóteles, Fayol, Taylor... mas, no geral, por interesse e amor, sempre preferi os livros escritos por brasileiros. Nunca fui muito fã de realismo fantástico. E nisso pode colocar até a auto biografia do Chico Anysio com a ordem se dava por como ele lembrava. Ainda tenho um tanto de livros que sou louca para ler. Aguardando os próximos favoritos.

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