O que mexe ao coração


Apesar do resfriado que me derrubou pela manhã, estava bem feliz. Estava muito animada a escrever um texto sobre coisas que me aquecem o coração. Queria contar sobre a apresentação da Focus Cia de Dança ontem no Méier. Queria agradecer de coração ao Anderson por ter me proporcionado isso. Das curiosidades, do que eu queria experimentar, onde mexeu no meu corpo cada parte da apresentação.

Queria falar da simpatia e do bailado do Cosme me hipnotizando. O que eu queria tentar. Com quem eu queria tentar, porque queria tentar. Queria falar da estranheza de como as fotos pós apresentação importam mais do que os abraços reveladores de sentimentos. Queri a passar o que senti com todas as palavras esclarecedoras e confusas (até porque confusão é o meu nome!).

Aí, animada para escrever, vejo a notícia dos ataques a um terreiro na Penha. Se eu falar que não me doeu ler algo assim, estou mentindo feio. Feio mesmo! De um ano para cá muitas memórias me visitaram. Acho que desde a vinda da Caruh e a redação do ENEM sobre intolerância em que lembrei da localização de alguns terreiros na Ilha (hoje fechados).

Das lembranças de infância tenho a visão de muita gente de branco às sextas, de ajuda ao próximo. Do boiadeiro ganho com o pedido de reza todas as noites. Dos cheiros que me manquei (há pouco tempo) que perfumavam as casas que frequentava. Do colorido das contas que sempre me chamaram atenção. E das broncas por tocar a cabeça ou o cabelo de todo mundo que eu conhecia.

Não entendo esse ódio, esse desrespeito ao próximo e à fé que este carrega.Por que isso? Por quê? Me dói saber que isso acontece. Tenho receio pelos amigos próximos que são do Axé. Será que estão protegidos? Será que estão em perigo ao andar por aí? Será que podem ser o que são e seguir o que acreditam com tantos sem amor no coração por aí apedrejando a fé alheia? Fico apreensiva de verdade. :'(

Sinto que água cura, talvez ela possa curar essa insanidade e desrespeito com o próximo. Assim como ela me cura quando estou para baixo.

Foto que o Gabu tirou na Cachoeira das Almas


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