Des-pir... to-car...


Despir
É mais do que tirar a roupa
É permissão de si
(de mim)
Tabus, medos vão se revelando
Não caem todos de uma vez
Revelam-se, destacam-se
E eu não posso mais fingir que não sei
Ou que não vejo onde caio, erro, fujo
O vestido cai
A vontade sobe
Não é conto de fadas
Não é
É um mundo de sensações
Um turbilhão, um furacão, um tornado
Tô de ponta à cabeça
O corpo parece forte
Só parece
A cabeça pira
Às vezes dá vontade de fugir do descontrole
(e quase consigo)
Noutras, a vontade de entrega é forte
O outro importa
Na respiração, no desejo, no toque, no gozo
E tudo junta
E tudo quer
E tudo toca, beija, deseja
Não é fácil controlar desejos
O corpo entrega, se entrega
Despede-se da racionalidade
E, das roupas, se despe
Cada vez é diferente
Cada vez parece mais íntimo
A pele inteira é um universo
E os outros sentidos vão quase numa reação em cadeia
Será que o corpo se fechará de novo?
Não importa o que pode ser
Não agora
Importa o que é
Presente, presença
Sentir a respiração indo com a sua
Olhar a pele
Me deixar tocar, to-car
Importa você
E eu quero você

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