Quando é que a gente demonstra afeto?



Uma colega de curso faleceu de repente. Tinha um sorriso, uma paz quando andava e falava, e na roda de jongo era a coisa mais linda de se ver. Eu disse isso a ela uma vez. Me lembro dela respondendo com um sorriso enorme e um "Você acha?! Me sinto muito feliz na roda. Se pudesse ficaria ali sempre. Mas, tem de dar espaço para outros!".

Essa coisa repentina me fez pensar quão a vida é um sopro. Nunca sabemos qual é o tempo da missão, mensagem por aqui. Tanto da nossa quanto de quem nos é próximo. Lembrei quando o Marcelo faleceu. Ele era um cara incrível e eu não pude agradecer o fato de ter trabalhado com ele, ou o quanto admirava a pessoa que ele era. Só o Chaon estava em paz porque um dia disse isso a ele.

Esses episódios sempre me fazem pensar em como é necessário demonstrar afeto. Às vezes eu falo que queria ser "piranha" e não ligar para ninguém, mas eu não quero ser assim. Eu quero muito que quem passar por mim saiba que um dia (de um jeito ou de outro) colaborou na minha formação como pessoa. Em alguns momentos me sinto ridícula ao falar para as pessoas que gosto delas. Mas, acredito que ridícula é melhor do que arrependida por não falar.

Eu quero ser afetada por elas. Quero, se possível, afetá-las também. O corpo é uma casa. E uma casa feita de memórias. E quem passar por aqui que saiba que gerou tais memórias.

Eu sou afeto! Você é afeto! Que sejamos assim!

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