Difícil... difícil...


Essa semana anda rolando um combo de ódio e comentários desnecessários nas redes sociais. Dói ler tanta coisa de energia ruim. Ando duvidando que as pessoas sejam tão inocentes ao emitir certos comentários. O que é perigoso porque significa que estou perdendo a fé na humanidade.

Não sei se ando sem paciência ou saúde para entrar em algumas discussões, ou se é a certeza de que não há diálogo quando um, ou ambos os lados, só ouvem o que querem. Todo mundo chega armado de suas opiniões e não consegue baixar a bola para ouvir o lado ou o relato do outro. Transformam em memes, piadas o sofrimento, o problema do outro, sem ao menos se colocar no lugar.

Discursos prontos, ódio nas palavras, agressões gratuitas. Quando levantaram a bunda do lugar para ajudar alguém? Ou sua ajuda só se limita a doar comida que você nem se está boa, e roupa puída porque acha que assim que o outro deve se vestir. Associa pobreza a crimes enquanto aperta a mão, compra livros sobre o sucesso e diz admirar aquele dono de empreiteira, aquele CEO de empresa que não respeita o mínimo os seus funcionários. Acredita na meritocracia, mas nunca levantou bandeira de melhores condições de estudo e vida para todos. Ou será que sua meritocracia só vale quando SÓ VOCÊ tem acesso à educação e às vagas de emprego?

É falarem tanto do cabelo que um carrega como "se quiser esse emprego precisa seguir a regra da empresa", mas quando é nos seus chamam de "descolados". E é tanta agressividade para empurrar que as coisas devem continuar como estão, mesmo que seja uma bosta e leve todo mundo para o buraco, que não tem "ser de boas" que aguente e não seja atingido por uma onda tão ruim. Seu amor e sua justiça só vale para você e alguns poucos dos seus?

Difícil... difícil...

O problema é que ainda não entendem que todo mundo está no mesmo barco. Lembro que um amigo disse que ficou chocado ao notar que em uma outra cidade, as pessoas atravessavam a rua por medo dele, porque ele era um pouco mais escuro que a maioria. Ele nunca tinha se visto ou reconhecido como parte da população negra e mestiça. Ainda rola uma teimosia em entender que querer ser diferente do restante da população é o que faz com que não se busque melhorias, brigue contra desigualdades. E talvez o mínimo que se possa fazer é entender de verdade a história do seu povo (ou melhor, dos povos que nos formaram), e não seguir a cartilha que nos foi dada no colégio. Questionar quem escreveu e por que escreveu (quais os interesses). Quem sabe daí as mudanças e melhorias aconteçam de fato.

Related Articles

0 comentários:

Enquanto um pedaço de mim é feito de carne e lógica, o outro possui emoções que às vezes necessitam de um meio, de uma porta-voz. E assim, e aqui as expresso...