Grata, Joyce!


Desde o final de semana eu não tiro da cabeça uma conversa que tive com a Joyce tempos atrás. Lembro que, depois de um pé na bunda, disse que queria ser piranha, daquelas pessoas que não se importam ou não se apegam a ninguém. Quando uma colega de faculdade faleceu, percebi quão absurdo era falar que não queria me apegar as pessoas. Absurdo porque esta não sou eu.

Ao conversar com a Joyce sobre isso, a mesma me falou algo sobre ser a gente mesma é empoderamento. Não se importar, não se apegar, é repetir, reproduzir o comportamento de quem tanto reclamamos, e que nos machucou.

Empoderar-se não é copiar o comportamento que já nos machucou. Tem a ver com ser honesta consigo mesma. Até mesmo quando a gente não espera encontrar o carinha em algum lugar (mas, encontra) e sente que precisa falar. E talvez falar seja a coisa mais honesta a fazer, embora há uma chance grande de se sentir um tanto otária depois.

Não tem fórmula mágica ou manual para ser e estar bem. Embora um monte de gente venda essa ideia de que existe. Me lembro de que no carnaval eu fiquei toda apreensiva, e a Joy disse vai lá. Ela sabia que só ficaria em paz assim, quando falasse.

Eu brinco que sou a Gigi (do "Ele não está tão a fim de você"). Acredito nas pessoas, me arrependo por isso, mas ainda acredito que as pessoas podem melhorar, e que sempre há algo bom por vir. Quebro a cara até dizer chega com as pessoas, choro, digo que quero deixar de ser trouxa... só que continuo a ter fé, esperança nas pessoas. Aliás, como disse o Matheus: "Não é trouxa quem confia, gosta, se entrega. Trouxa é quem desperdiça tudo isso. Quando perceber que idiota foi, será tarde demais".

Eu tenho muito a Ana como um exemplo de como tratar o término de qualquer relação. Ela e as pessoas que ela já amou transformam o que sentiram e continuam amigas. É uma maturidade linda que eu quero muito copiar para minha vida. Que as pessoas que passarem por mim, permitam isso também.

Há mais de uma semana eu li um texto em que a autora falava sobre o seu término, e como ainda amava e torcia pelo outro, e este por ela. E o problema que ela falava que via nas pessoas é que todo mundo quer ser amado, cuidado, mas não quer amar, cuidar, se apegar. E eu completo: tenho visto a galera quase correr a qualquer sinal de apego. E é bem triste. E olha que eu me achava bem fechada com a minha muralha me impedindo e impedindo outros de se aproximarem de mim. Tem gente vendendo discurso de que ama viver paixões, enquanto, na verdade, só alimenta seu tesão e vai embora.

Por mais que doa, quebrar a cara de novo, e eu sei que vou quebrar a cara mais vezes, quero continuar a acreditar que o presente pode ser bom. E o que sei hoje é que continuo desejando que ele seja feliz e se encontre. Acho que amor é isso. Eh... se um dia tive dúvida do que era, sei agora que amei sim (e ainda amo e quero transformar). A coisa toda é não deixar a peteca da auto estima cair quando encontrar o antigo amor acompanhado. Por isso que a foto de fundo do meu celular me lembra da mulher linda que sou.

E, é isso! Fui!

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