Reservas


Do que me causa estranheza é o ciclo que quero me afastar tentar se aproximar com "Oi! Vamos sair?" Para muitos amigos é super natural esse interesse, mas confesso que me é esquisito. Minha mãe dizia que eu não era todo mundo. Hoje vejo que não sou mesmo!

Sou reservada. Aprendi a ficar de guarda quando passo por uma situação que me machuca. Proximidade de alguns me incomoda. Por que tanto interesse quando sabem que tive uma história com alguém próximo?

Penso que talvez meu incômodo seja pelo passado, por ver pessoas que se diziam amigas da gente se aproximando da minha mãe quando meu pai abandonou a família. Sem respeitar o luto que ela precisava passar. Quando notaram que não conseguiriam nada, nem sombra das mesmas restou.

Essa proximidade interessada me incomoda desde lá. Olho desconfiada. Coloco os meus muros. Ao ver meus amigos questionarem, falando que é normal o interesse, olho o céu e peço sabedoria. Só que também bate a desconfiança de que me falam isso porque (por mais que falem que a mulher pode ser sim sozinha!) a gente deve agradecer e aceitar a corte de quem aparece.

Só que eu amo uma conversa. Principalmente quando a pessoa não sabe o que falar, fica sem graça. Ali sinto que ela não tá montando papel nenhum, que é carne, osso e erros. Que nem eu. Que entende e respeita o luto não como um desafio de conquista, mas porque quer aquela pessoa perto.

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