Toma conta, dono da Mata!

Não sei se sou tua filha
Mas, sei que conheces quem guarda meu lado direito
Sei que nos meus momentos de solidão
Manda bichos se aproximarem de mim
São cantos, ronronares e olhos pidões
Meu coração se enche de alegria ao notar isso
E foram tantas vezes que me faltam palavras para agradecer
Trouxeram sorrisos, muitos sorrisos
A energia para continuar além das quintas-feiras
Seus filhos me encontram, dividem histórias e seguem
Às vezes me sinto barco para encontrarem portos
Eu sei que sou mato que energiza
Tanto que é no teu lar que me acalmo e me cuido
Sinto meu guardião se recuperar para continuar comigo
Como disse, não sei se sou tua filha
Sei e sinto que tem algo de carinho e cuidado
Eu respeito o teu mato, sinto teu cheiro
Eu te vi no tronco caído, me assustei e agradeci
Meu medo de ver as coisas ainda continua
Entender que é aprendizado e proteção é processo
Processo que não se finda
Sempre contínuo
Arredios somos: eu e tu!
Embora cuidamos e queremos abraços
E como queremos, né?
Hoje estou em lágrimas pela bagunça das sensações
Toma conta, Oxóssi, de mim!
Toma conta!
📷: Camila Santiago



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