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Estouram bombas lá do outro lado, e um misto de sentimentos me invadiram há quase duas semanas. E muitos textos, alguns beirando o absurdo, outros com questionamentos mais que certos. Há quantos anos várias áreas do Rio vivem uma guerra que não resolve nada e só mata um povo. Uma banalização do trágico construído bem antes da dita "abolição".

Maaaas... parte do meu coração bate lá. Tenho amigos e muitas memórias de viagens em 2014 e 2015. Aquela terra me traz à memória de encarar medos para realizar um sonho em um lugar fora da rota que amigos e conhecidos faziam. 

As notícias chegam através dos jornais e das redes sociais. Ansiedade por notícias de amigos e torcida para que as negociações avancem e tudo se resolva. Talvez eu seja aquela amiga chata que pergunta toda hora como está. O único jeito possível de acalmar, mesmo que seja por alguns minutos. E também um jeito de que eles saibam que ainda estão nos meus pensamentos e nos desejos de melhores dias.

Lembro que algumas conversas lá me trouxeram questionamentos como "Por que falo a língua do colonizador?" E falar a língua, também significava reproduzir os discursos que o colonizador inventou sobre outros que não eram semelhantes a ele. De 2015 para cá muita coisa que pensava sobre mim, Brasil e a forma como a história é contada, mudou muito.  E minha vontade de ouvir as pessoas falarem aumentou muito.

É assustador pensar que prédios que vi de perto foram atingidos. Mais ainda que ruas de amigos e parentes só não foram pelos ares porque alguns mísseis não explodiram. Amigos que sempre estiveram ocupando ruas e se movimentando por elas, escondidos e com receio do amanhã... por si e pelas pessoas que gostam e que não tem como se deslocarem para lugares mais seguros. 

Parece que o ser humano ruma para a insanidade... e eu querendo paz. Às vezes me perguntando se somos poucos querendo isso.


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