Cabeça nublada

 Desde a semana passada tem um incômodo, um ar esquisito, parece que há uma certa dificuldade de respirar. Para além do ar poluído... Para além das queimadas em diversos estados... 

Setembro parece que chegou com notícias estranhas, quedas de gente que parecia com índole inabalável. E antes de fazer qualquer julgamento, é necessário entender que ser justo é observar as coisas de modo mais racional, sem deixar as emoções tomarem conta.

Umas respostas vazias, uns pesos, uns poxa vida...

Hoje eu fiquei me sentindo mega incompetente. E não tem a ver com trabalho. Tem a ver com ter falhado no exemplo. Ver que é mais fácil o celular e que qualquer desculpa é razão para faltar a escola é o lugar comum. O lavar as mãos também é mais fácil porque teoricamente, biologicamente, os responsáveis são outros. Mas, como lidar com a frustração da escolha de uma adolescente que escolhe não se instruir?

Como é que se lida com isso? Falando não tem resolvido. Me perguntando agora se me afastar pode ser a melhor escolha para minha paz. É louca a sensação de frustração e como fiquei mergulhada nela o dia todo. Como separar o que é meu, o que é do outro e até onde devo ir no cuidado, na preocupação com o outro?

É isso que preciso ver, aceitar e caminhar. Até mesmo para não aceitar carregar pesos alheios, seja em família, seja em trabalhos, ou seja ainda em afetos.


Chorei! Passou parte do incômodo e a visão ficou menos turva.



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