Roupa

Tem roupa que não nos cabe

Não é "não nos cabe mais"

É "nunca coube"

Só que aprendemos a vestir roupas

Histórias, estórias, linguajar do outro

Até entender o que nos veste

O que nos cabe, nos constrói

Não deveria ser dito pelo outro

E nisso foi tempo, choro, medos

A coisa de caber no outro

E ser diferente dos mais velhos

Quando a consciência vem

Nota-se que se parece tanto

Com mãe, com vó, com bisa

Mais em manias e maneiras

Que mesmo fisicamente

E se tem divino familiar

No corpo, nas memórias

De reza simples

Porque aquela decorada 

Nunca foi absorvida

A incorporada vem de outro lugar

A roupa que nos cabe

É se permitir se encontrar

E se conhecer

Já se banhou e se vestiu de si?


Related Articles

0 comentários:

Enquanto um pedaço de mim é feito de carne e lógica, o outro possui emoções que às vezes necessitam de um meio, de uma porta-voz. E assim, e aqui as expresso...