Aos amigos que pensam em fazer mestrado

Bem, volta e meia tem sempre um amigo que me pergunta como é fazer mestrado e que instituições eu recomendaria (como se eu soubesse de alguma coisa... rs!!). Para facilitar a minha vida, resolvi registrar aqui algumas considerações.

Para que você quer fazer o mestrado?
Você me pergunta se o mestrado é bom, mas se perguntou por que bodegas você quer fazer mestrado? Bem, o que eu digo que você precisa ter em mente a razão para fazer mestrado. Talvez se as pessoas se fizessem essa pergunta antes de começar o mestrado, o número de abandono de alguns cursos seria bem menor. Eu não concordo com aqueles que utilizam o mestrado para colocar umas estrelinhas a mais no currículo. Mestrado para mim deveria ser um local voltado para desenvolver conhecimento (pesquisas) e formar professores interessados em lecionar.Acredito se o interesse de alguém é deixar o currículo pomposo, há outros cursos que se encaixariam melhores (e mais em conta do que o mestrado) para isso. Até porque você ocupar a cadeira simplesmente para fazer social, ou acessar redes sociais através de celulares ou laptops, não é lá uma coisa muito inteligente, não é mesmo?

Escolhendo as instituições para participar do processo de seleção
Eu não sei quanto a você, mas eu não gosto de apostar todas as fichas em uma única carta. Na época que me inscrevi nos processos seletivos, tinha em mente três instituições (uma no Rio, uma em BSB e uma em POA), como a minha preferida era a do Rio, fiz todas as exigências dela (gastei uma grana com isso para no final do processo seletivo eles tirarem a exigência mais cara), e deixei de lado as fora do sudeste. Troquei as de fora do Rio, por outras duas instituições cariocas. Com toda sinceridade, aprendi que até para escolher outras opções você tem de pensar bem. Eu não fiz isso! Deveria ter questionado as pessoas que eu conhecia que estudavam nessas instituições substitutas. Se eu soubesse como eram as aulas, o processo de bolsas, as linhas de pesquisa, talvez não tivesse deixado a distância influenciar a minha decisão de tentar mestrado em qualquer canto do país.

Bolsa auxílio
Se você conhece algum mestrando, já deve tê-lo ouvido reclamar do valor da bolsa, mas isto não vem ao caso. Bem, a maioria das instituições  não consegue junto a CAPES, CNPq, etc, o número de bolsas igual ao seu número de estudantes do curso. Para a alocação de bolsas, as instituições adotam alguns critérios. Se você tem trabalhos publicados em congressos, periódicos acadêmicos, participou de iniciação científica na sua época de graduação, não cante vitória antes do tempo, acreditando que sua bolsa está garantida. Como eu disse, as instituições têm seus próprios critérios, e podem dar um menor peso às publicações e um maior às entrevistas ou às provas que você realizou durante o processo seletivo. Quer saber como é o da instituição que você está de olho? Então, converse com os alunos das turmas anteriores para depois não levar um susto misturado com decepção, como foi no meu caso.

Grupos de pesquisa
Se você quer pesquisar, mas não sabe por onde começar, o bom é procurar saber quais são os grupos de pesquisa dos professores do curso. Se os mesmos não se apresentarem, vale buscar no currículo Lattes dos professores. Se a pessoa for séria e pesquisar de verdade, o currículo acadêmico estará atualizado. Outro ponto que vale destacar é pesquisar com quem possa auxiliar principalmente em metodologia científica para você não se perder na hora de ir a campo coletar material. Dê preferência também a grupos que já estejam formados há um certo tempo para que você não fique o tempo inteiro mudando de tema, sem concluir nenhum.

Apoio para participar de congressos e eventos da área
Se você escreve e considera a participar de congressos uma boa oportunidade de conhecer outros pesquisadores, e ver outros trabalhos, já aviso que algumas instituições (aqui no Rio) só pagam a inscrição dos alunos se os mesmos tiverem trabalhos aprovados em autoria com professores das mesmas. Há um porém, no caso de Administração, onde o congresso principal de área é pago independente do trabalho ser ou não com algum professor. Nos outros casos, ou o aluno tira do bolso  para ir ao congresso (pagando inscrição, passagem e hospedagem) apresentar seu trabalho aprovado ou não participa. O ponto que me revolta nessa história de só pagar os trabalhos feitos com professores é que desde o ano passado, trabalhos em congressos não contam ponto para os pesquisadores.Contam apenas para as instituições de ensino. Bacana, não é mesmo?!

Ah! E, para mim, o mais importante para os que querem tentar mestrado: atenção à escrita. Tantos se preocupam em falar e escrever bem em outro idioma (inglês, alemão, francês, espanhol, etc), mas não têm a menor consideração com o português (pontuação e acentuação passam longe de alguns textos). Tudo bem que alguns erros são toleráveis. Porém, não há como dar credibilidade a alguém (que estuda para ser pesquisador/professor) que escreve parecendo um aluno do primário.

E, é isso!

Fui!

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